Os postos de combustíveis, ao longo do tempo, passaram a incorporar vários serviços além do abastecimento. Da troca de óleo às lojas de conveniência. Agora, voltaram a oferecer o nitrogênio para a calibragem dos pneus, sem descartar o ar comprimido.
O serviço ainda é tímido e está disponível em poucos postos da cidade, como o Hiper Posto (Av.Tancredo Neves, Caminho das Árvores) e o Posto Escola (Rua Edístio Pondé, Stiep).Mas o fato é que o uso do nitrogênio oferece algumas vantagens.
A principal é que os pneus perdem menos pressão com o passar do tempo, já que a borracha é menos permeável a esse gás do que ao ar comprimido. Além disso, aumenta a durabilidade das rodas. “Elas não correm o risco de oxidar, porque não há a combinação entre oxigênio e umidade, como ocorre no ar comprimido”, explica Gilberto Haviaras, supervisor de engenharia de campo da Bridgestone-Firestone do Brasil. Por não variar a pressão, o nitrogênio também impede o aumento excessivo da temperatura dos pneus. Com isso, carros pesados, a exemplo de caminhões, levam mais vantagem em seu uso. Seus pneus costumam esquentar muito quando usam ar
comprimido, podendo até pegar fogo. Se utilizado o nitrogênio, esse risco desaparece.
Para carros de passeio, Haviaras avalia que o uso de ar comprimido seco na calibragem pode ser tão vantajoso quanto o nitrogênio. Isso porque a ausência de umidade também vai impedir a perda de pressão. “Mas o usuário precisa ir em um posto bem equipado, com calibrador digital, senão o ar inevitavelmente vai adquirir umidade”, explica. É importante saber também que, ao contrário da calibragem
com ar comprimido, oferecida de graça pelos postos, o serviço do nitrogênio tem um pequeno custo, que pode variar de R$ 0,70 a até R$ 3 em Salvador.
APROVADO – O comerciante Helder Fontenele, 46 anos, há cinco meses começou a calibrar os pneus de seu Fiat Uno com nitrogênio. “Tinha comprado um
par de pneus novos, e o vendedor recomendou. Rodei 1,2 mil km de início e eles baixaram apenas duas libras”, conta ele. Após isso, Fontenele aprovou
a recomendação do vendedor. “Agora, só calibro a cada 60 dias”, comemora. Nem o custo o incomoda. “O que estou pagando, a cada dois meses, é menos do que
gastava antes de gorjeta, calibrando a cada 15 dias”, conta.
Para trocar o ar comprimido dos pneus por nitrogênio, deve-se ir a um posto que ofereça o serviço. Em Salvador, o preço da substituição varia entre R$ 1 e R$ 1,50 por pneu. Para colocar o nitrogênio, o pneu deve ser totalmente esvaziado. Em seguida, insere-se uma primeira carga de nitrogênio, e o pneu é novamente esvaziado, para que não fique com resquícios de ar. E, finalmente, enche-se o pneu de nitrogênio. Quando for calibrar, o usuário deve usar apenas o nitrogênio, senão irá perder as suas vantagens. A calibragem também é feita em libras e deve obedecer à mesma quantidade colocada com o ar comprimido. A dificuldade em encontrar postos que ofereçam o serviço é uma das queixas dos usuários. Foi exatamente por isso que a médica Maria das Graças Sampaio desistiu de usar o nitrogênio e retornou ao ar comprimido. No posto em que ela costumava abastecer seu carro, não havia o serviço. Quando precisava realizar a calibragem, ia em outro posto apenas para fazer isso, até que desistiu do uso, mesmo elogiando suas vantagens. “Às vezes, o nitrogênio nem estava disponível no posto”, reclama. Por enquanto, ainda é mais prático utilizar ar comprimido, pois a grande maioria dos postos oferece calibradores deste tipo e não cobra pela sua utilização.
Caso um pneu com nitrogênio seja completado com ar comprimido, não acarretará problemas, mas perderá as suas vantagens. Mas o usuário deve estar atento
ao nível de pressão, para evita racidentes, e calibrar sempre, especialmente
em viagens. Aliás, esta é uma situação em que os motoristas possuidores
de pneus com nitrogênio podem ficar mais tranqüilos. É o que conta o estudante universitário Pedro de Freitas. “Quando viajo, só preciso calibrar uma vez antes da ida, que dura até a volta. Não preciso ficar procurando postos na estrada”, afirma.
Em situações de emergência envolvendo o nível dos pneus e em que seja difícil achar um posto com nitrogênio, o usuário pode até apelar para completar com ar comprimido. No entanto, depois terá que esvaziar totalmente o pneu e seguir os procedimentos indicados para poder retornar ao uso do nitrogênio.
serviço.
Vantagens
- Pneus perdem menos pressão e, com isso, permanecem mais tempo nas condições ideais de calibração
- Temperatura não aumenta
- Rodas ficam menos sujeitas à oxidação
- Poucos postos oferecem o serviço, principalmente nas estradas
- Calibragem demanda custos, ao contrário do ar
- Nitrogênio e ar não podem ser misturados no pneu
Jornal A Tarde de Salvador
Aguirre Peixoto
Um comentário:
Olá
Parabéns pelo blog e muitissímo obrigado pelas dicas, brow.
Um motociclista usa nitrogênio e o pneu traseiro chegou aos 20.000 Km em boas condições de uso. Já o pneu da minha moto (mesmo modelo deste senhor citado) não chegou até os 15.000 com ar comprimido. Tive que trocar!
O meu problema em conseguir nitrogênio é que o único local onde se fazia esse serviço fechou na cidade de Alagoinhas.
Um grande abraço
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