sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Piauí, Este Desconhecido





Em 1969 Nelson Rodrigues escreveu: “passei 40 anos sem me lembrar do Piauí”. Hoje, é bem capaz que aqueles que conhecem suas crônicas ainda não saibam muito sobre o estado com o menor litoral do Brasil e potencial turístico tão vasto quanto o caju e tamarindo que por lá brotam.
Os lençóis Maranhenses têm uma extensão no Piauí, assim como as dunas de Jericoacoara, no Ceará, que também “invadem” o oeste do estado. Estes destinos dos estados vizinhos são muito visitados por turistas. O que falta conhecer é o Piauí de perto, sua capital e sua natureza. A visita vale a pena, a começar pelos parques nacionais. Sete Cidades é uma reserva localizada a 200 quilômetros da capital Teresina, formada por estranhas formações de pedra, dignas de cenário de filme alienígena. Lá, como no resto do Piauí, o calor é intenso. Ninguém deve viajar à terra do caju esperando temperaturas abaixo de 35 graus. Por isso, o ideal é visitar o parque pela manhã e contratar um guia – oferecido no local - para conhecer todas as formações de rochas, conhecidas como “cidades”. A entrada é R$ 3 por pessoa.
O parque de Sete Cidades encanta, mas só até a hora em que o turista chega à Serra da Capivara. A partir daí, só haverá olhos para a concentração dos inúmeros exemplos de pinturas rupestres. São 130 mil hectares de história registrada nas rochas, com Teresina no centro, que atraem turistas e impulsionam a economia nos períodos de seca. A capital, Teresina, pode ser desconhecida, mas não é pequena. Cerca de um milhão de pessoas moram por lá e dividem espaço com hotéis de alto padrão, como o Luxor Piauí (a partir de R$ 126 a diária) e o Rio Poty (a partir de R$ 134). Em Teresina é possível passear de barco pelo rio Parnaíba e ver a escultura do Cabeça de Cuia, lendário formador do estado. O mito diz que ele vive no rio e se alimenta de virgens a cada sete anos.
Ainda pelo rio, o Delta do Parnaíba está entre as belezas turísticas que garantem um pouco de fama para o Piauí. Trata-se da foz do rio que em um ponto ficou mais larga e formou diversos canais e mais de 70 ilhas e dunas com piscinas naturais, que terminam no Atlântico.
O litoral piauiense é minúsculo, mas impressionante. Com apenas 66 quilômetros de extensão, as praias do estado são distribuídas da foz do Parnaíba até a fronteira com o Ceará. A praia Pedra do Sal é o cantinho mais famoso, e possui rochas dividindo-a no meio. Uma parte tem águas calmas e outra águas agitadas, próprias para os surfistas.
E se mesmo depois de conhecer tudo isso o turista quiser algo mais, este ano o Ministério do Turismo lançou a “Rota das emoções”. O nome não é só fachada não: são três destinos em um único roteiro, envolvendo aventura, praia e ecoturismo, e junta o Delta do Parnaíba, os Lençóis Maranhenses e Jericoacoara (no Ceará) em um só passeio. Agências como a Casa do Turismo oferecem o roteiro de dois dias e uma noite por R$ 1,2 mil, com traslado, passeios e hospedagem.
Delta do Parnaíba e Jericoacora: o ponto de partida e o fim da rota das emoçõesEste roteiro integrador de regiões junto com as atrações naturais do Piauí só contribui para que o destino seja incluído nos roteiros de quem passeia pelo nordeste. Nelson Rodrigues também escreveu que o estado “é tão só como um radinho de pilha”. Isso foi no século XX. Os tempos são outros, o Piauí também.

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