segunda-feira, 2 de junho de 2008

Viçosa do Ceará - Parnaíba, a Rodovia dos Sonhos


O Intercâmbio Viçosa-Parnaíba é intenso desde remotas eras. Bem maior e mais antiga, entretanto, á aspiração dos viçosenses por uma rodovia pavimentada ligando as duas cidades, via Cocal.
A ausência de uma boa estrada de rodagem jamais arrefeceu os laços de amizade entre viçosenses e parnaibanos.
O tabelião e jornalista Constantino Correia morou em Viçosa.
O ex-governador piauiense (ora senador) Alberto Silva e seus irmãos (José Silva casou-se com a viçosense Marieta Passos) gozavam férias estudantis em Viçosa.
Xisto Mapurunga, Custódio Carvalho, Homero Silveira e o poeta Francisco Aires emigraram cedo para Parnaíba.
Depois partiram Jose Dedé e Raimundinho Nogueira (Casa Inglesa) e também o jornalista e radialista Caio Passos, que escreveu a biografia de Monsenhor Carneiro.
E, no livro “Em cada rua um nome”, traçou o perfil dos que emprestaram sua “graça” as artérias parnaibanas. Sem esquecer José Natálio e Los Pampas (João Batista Silva), este passando de seringueiro no Acre para “barman” e alfaiate em Viçosa, radialista em Parnaíba e, no final da vida, eletricitário em Fortaleza.
Quem não se lembra do hotel da Maria da Cunha lotado de paraibanos?
A impagável Zilda Sales com seu charme, o velho Jorge com seu jipe e o caminhoneiro Fernando com seu chapéu de palha do tamanho dos “sombreros” mexicanos que chegava á Viçosa em seu fantástico caminhão, no pára-choque a frase “ comigo só vai quem tem negócio”, a acionar uma buzina musical identificadora do veículo.
Voltando á estrada entre a cidade-veraneio do Pe. Antônio Tomás e a que hospedou Humberto de Campos em sua infância, conta-se que D. Aroca de Pinho (faleceu na década de 1950, com idade superior a 90 anos) já ouvira falar nessa obra viária quando brincava de três-três-passará com Clóvis Beviláqua.
Posteriormente, na seca de 1958, incluiu-se tal estrada nos serviços de emergência.
E logo mais, no primeiro governo de Virgílio Távora, apelando-se para o sentimentalismo de ser sua esposa parnaibana, houve até inauguração antecipada, tendo-se porém vetado a pretendida denominação de “Rodovia Luíza Távora” para elidir manchetes ambíguas na ocorrência de atolamento de veículos.
Fato é que somente em 2004, na séria e profícua administração Lúcio Alcântara, foi concluído – devidamente asfaltado – o trecho Viçosa até a fronteira Ceará-Piauí, a poucos quilômetros de Cocal (município com boa rodovia até Parnaíba), obra que significa a realização do acalento sonho viçosense.
As duas cidades já podem estreiar ainda mais seus laços de amizade.

Extraido do Livro Rodovia dos Sonhos de F. Oliveira Souza

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