Aparelhos eletrônicos portáteis já fazem parte de nosso dia-a-dia e então nada mais importante do que ter informações sobre aquilo que os alimentam: suas baterias.
Celulares e notebooks estão com preços mais acessíveis do que há alguns anos, o que permite um acesso maior ainda das pessoas a estas tecnologias. Com isso, surgem sempre muitas dúvidas sobre estes eletrônicos e um dos pontos mais controversos são as baterias.
Sem elas não existiriam equipamentos portáteis, afinal, desde as pilhas alcalinas utilizadas em walkmans até as modernas baterias de íon-lítio presentes em notebooks e telefones celulares, elas servem como fonte de energia para que aparelhos possam ser desligados da tomada e carregados por aí.
Sem levarmos em conta as tradicionais pilhas, existem três principais tipos de baterias no mercado. Em ordem de surgimento elas são as seguintes: baterias de níquel-cádimo, baterias de hidreto metálico de níquel e, por fim, baterias de íon-lítio. Saiba agora as diferenças existentes entre cada modelo.
Baterias de níquel-cádmio (NiCd)
Esta bateria remonta aos primórdios dos dispositivos de armazenamento de energia recarregáveis, pois ela foi o primeiro tipo de bateria a suportar uma nova carga, o que gerou um significativo avanço neste ramo. Nas baterias NiCd os pólos negativo e positivo encontram-se no mesmo recipiente, sendo o pólo positivo coberto por hidróxido de níquel e o negativo por cádmio.
Apesar de inovadoras, as baterias de NiCd são consideradas ultrapassadas, tendo sido substituídas pelos outros dois modelos citados anteriormente.
Elas ainda existem no mercado em aparelhos mais antigos, porém, não aparecem em novos equipamentos pelo fato de terem uma vida útil relativamente curta.
Além disso, estas baterias sofrem com o chamado “efeito memória”, ou seja, a bateria deixa de ser carregada por completo, mesmo o seu marcador indicando o contrário.
Isso se deve principalmente ao ato de recarregar a bateria com ela não totalmente descarregada, o que acaba “viciando-a” a uma carregar somente uma quantia de energia bem menor do ela é capaz.
Outros fatores que influenciaram o desuso das baterias de níquel-cádmio foram sua menor capacidade de armazenamento e o uso do cádmio, o que torna uma bateria um grande poluente, pois este é um material químico altamente tóxico e prejudicial ao meio ambiente.
Baterias de hidreto metálico de níquel (Ni-MH)
Apesar de ser uma tecnologia posterior a de NiCd, as baterias de hidreto metálico de níquel apresentam funcionamento bastante semelhante com suas antecessoras. A grande diferença fica pelo seu material ativo no eletrodo negativo. As baterias de Ni-MH empregam hidrogênio na forma de hidreto metálico ao invés de cádmio em seu eletrodo negativo.
Outras diferenças, como maior carga e mais tempo de uso em mesmas condições, também são presentes nestas baterias. Isso se deve ao fato do hidreto metálico ser mais denso que o cádmio, permitindo assim uma maior presença de níquel no eletrodo positivo da bateria. Além disso, suas vantagens em relação à de NiCd consistem também em serem menos tóxicas e vulneráveis ao “efeito memória”.
Baterias de íon-lítio (Li-Ion)
De todos os tipos de baterias esta é, sem dúvida, a melhor. Suas vantagens são diversas e variadas e não é justamente por isso que elas são empregadas em larga escala nos novos eletrônicos. Se você possui um notebook, celular ou câmera digital fabricado nos últimos anos, provavelmente sua bateria será de Li-Ion.
Não-tóxicas, com capacidade de carga duas vezes maior que as de Ni-MH e três vezes maior que as de NiCd, sem efeito memória (ou seja, a bateria não vai “viciar”) e também mais leves, afinal o lítio é um dos metais mais leves já conhecidos. A densidade do lítio também permite a criação de baterias com maior capacidade.
Outro ponto que dá muito mais vantagens às baterias de Li-Ion é o fato destas baterias dispensarem ciclos completos de cargas, ou seja, você não precisa esperar a carga acabar para carregá-la novamente e quando carrega não precisa esperar que ela seja preenchida por completo. Além disso, ao estar carregada por completo a bateria cessa automaticamente o recebimento de energia para evitar sobrecargas.
Estas baterias, porém, demandam um cuidado maior por parte de seus usuários, como por exemplo, a não exposição a altas temperaturas que podem causar danos definitivos e até mesmo sua explosão.
Este é o nome dado ao que popularmente se chama de “viciar” a bateria. Isso não ocorre mais nas baterias Li-Ion, é mais difícil ocorrer nas de Ni-MH e nas de NiCd é praticamente regra. Isso se deve basicamente ao “mau” uso do equipamento. A principal causa é, sem dúvida, recarregar a bateria sem que ela tenha gasto toda sua carga ou então retirá-la da carga sem que esta esteja terminada por completo.
Se você não sabe de que tipo é a sua bateria, verifique na própria bateria ou então no manual do aparelho, pois lá com certeza conterá esta informação. Se a sua bateria é de Li-Ion, pode ficar despreocupado, afinal ela não terá este tipo de problema e não será danificada por ciclos de carga incompletos. Agora se for de Ni-MH ou NiCd, aí é melhor você ficar atento para como ocorrem as cargas e descargas do aparelho.
O principal “efeito” do vício de bateria pode ser notado quando o marcador de bateria indica carga cheia e “de repente” ele está quase vazio e seu celular indica bateria fraca. Isso é causado pelo dano do efeito memória que se dá da seguinte maneira: carregar a bateria com determinada quantidade de carga ainda presente fará com que o equipamento “se acostume” a receber somente uma porcentagem parcial de sua carga total, ou seja, ele se ficará “viciado”.
Se você vai adquirir um equipamento eletrônico é bom levar em conta a bateria que está sendo comprada. Primeiramente, é importante você saber que a capacidade de baterias são medidas em ampère-hora (Ah) e quanto maior este valor, maior a sua capacidade de armazenamento de enegia.
Além disso, note quantas “células” marcam a bateria: uma de 9 células armazena mais energia que uma de 6, assim como uma de 12 tem maior capacidade que uma de 9. Medir a duração da bateria é um problema, afinal muitas vezes nem mesmo os fabricantes informam isso de maneira clara em manuais ou sites, limitando-se apenas a informação do número de células.
E quanto vai durar a carga de minha bateria?
Esta pergunta não possui uma resposta exata, afinal isso varia muito de acordo com diversos fatores, como, por exemplo, como você usa o seu notebook ou celular, mas nós tentaremos dar algumas dicas:
Celular
Se você é daqueles que apenas faz/recebe chamadas e envia/recebe torpedos (e faz isso moderadamente), sem dúvida a bateria do seu celular irá durar por vários dias. Agora se o uso do seu telefone móvel engloba acesso à internet e outros aplicativos presentes no aparelho (como Bluetooth, planilha de dados, etc.), ele consumirá bem mais bateria.
Dicas para prolongar a carga da bateria de seu celular
• Desabilitar conexões sem fio – Os aparelhos mais modernos estão cheio de novas funções, dentre elas conexões sem fio como wi-fi, Bluetooth e infravermelho. Se você não está utilizando nada disso, então deixe desativado, pois a simples ativação do serviço é algo que faz seu aparelho consumir mais energia.
• Não vai usar? Então desligue! – Se você está em locais onde não poderá (ou não deseja) atender o telefone, como igrejas, teatros, cinema, reuniões e etc., nada melhor do que desligar seu aparelho, afinal esta ainda é a melhor maneira de se poupar energia.
• Celular sem sinal, celular desligado – Outro momento em que desligar o aparelho é uma opção interessante é no momento em que ele está sem sinal. Quando isso acontece, a tendência do telefone é buscar incessantemente por sinal, o que o faz consumir mais energia.
• Tocar é melhor que vibrar – O sinal vibratório consome mais energia do que o sinal sonoro, portanto se você não tem problemas com o barulho dos telefones tocando (ainda mais hoje em dia com suporte a MP3), opte sempre por esta opção para poupar energia.
• Use somente o necessário – Novos aparelhos estão repletos de jogos e aplicativos interessantes, porém muitas vezes inúteis. Se sua missão é guardar energia, isso deve ser dispensado. Estes aplicativos normalmente consomem muita energia, pois exigem muito do seu celular.
• Fale somente o necessário – Enquanto você conversa o seu celular está trabalhando e a carga da bateria está indo embora aos poucos, logo, falar pouco ao telefone não significa somente economia financeira com créditos ou na conta no final do mês, mas também uma duração maior da energia de sua bateria.
• Tela iluminada, bateria descarregada – A iluminação da tela é um recurso extremamente útil para qualquer celular, afinal, debaixo de uma luz muito forte ou no escuro não seria possível enxergar nada em seu aparelho. Contudo, este recurso é um dos que mais consome energia em seu telefone, até porque é utilizado massivamente, então, se você não pretende desabilitá-lo, pelo menos acesse as opções de seu aparelho e reconfigure por quanto tempo a iluminação ficará ativa.
Notebook
Em notebooks a situação é bastante semelhante a dos celulares. Um laptop utilizado basicamente para navegar na internet, escrever/visualizar documentos de textos, planilhas e apresentações de slides terá um consumo de energia bastante inferior a outro cuja utilização inclui jogos e softwares mais pesados (como editores de imagens, vídeos e outros aplicativos de entretenimento).
Dicas para prolongar a carga da bateria de seu notebook
• Desative redes sem fio não utilizadas – Assim como no caso dos celulares, suporte nativo a redes sem fio já é quase item de série em notebooks e, também como no caso dos telefones móveis, consomem muita energia. Para fazer a carga da bateria de seu laptop durar mais, desative estas opções quando não estiverem em uso.
• Escureça a tela – Uma opção sempre presente em notebooks é a de aumentar ou diminuir o brilho da tela. Quanto mais brilhante ela estiver, maior será seu consumo de energia, portanto, se quer poupar nada melhor do que diminuir ao máximo este valor (isto normalmente pode ser feito a partir de atalhos do teclado).
• Perfis de energia para perfis de usuário – É fato que o consumo de energia varia de acordo com o uso que você faz de seu computador. Apenas digitar textos e acessar planilhas consome muito menos energia do que jogar e utilizar softwares pesados em sua máquina. Portanto, encontre em seu sistema operacional as Opções de Energia (no Windows encontre esta opção no Painel de Controle) e configure de modo que elas se adaptem a seu uso.
• Desabilite aplicativos desnecessários – Às vezes você instala algo em sua máquina e nem percebe que isso foi adicionado à lista de inicialização automática junto com o sistema operacional. Verifique se isso acontece em sua máquina e remova programas desnecessários desta lista, afinal seu funcionamento também pode exigir mais de sua máquina, que consumirá mais energia e gastará a bateria em menos tempo.
• Mantenha seu notebook limpo – Se conteúdo inútil em grande número causa lentidão em seu sistema, saiba que também será o motivo de um maior consumo de energia. Portanto não deixe de instalar – e de utilizar constantemente! – um limpador eficiente em sua máquina. Clique aqui e acesse a seção de limpadores do portal Baixaki.
• Dispositivos USB também consomem energia – Seja ele qual for: pendrive, iPhone, MP3 player e qualquer outra coisa ligada em seu computador e que seja alimentada via USB, consumirá energia de seu notebook. Isso significa que eles só devem ser mantidos conectados quando necessário e caso contrário serão grandes sugadores de energia e não pouparão sua bateria.
• Desfragmente o disco rígido – Desfragmentar seu disco também fará com que seu HD trabalhe de maneira mais “tranquila”, consumindo menos energia do que quando estava muito fragmentado. Para aprender a realizar esta tarefa acesse nosso Guia completo sobre desfragmentação de disco.
Todo e qualquer equipamento eletrônico pode ter a sua duração prolongada se ele recebe as devidas precauções por parte de quem o manuseia. Com as baterias, independente dos equipamentos em que são utilizadas, isso é exatamente igual. Conhecer a bateria que você utiliza e ler no manual de instruções informações a seu respeito já são grandes ferramentas para isso.
Algumas outras precauções podem ser tomadas, como por exemplo:
• Ao carregar uma bateria, faça isso em local arejado, pois o equipamento dissipa mais calor que o normal durante este processo e caso esteja “sufocado” poderá acabar queimando.
• Evite deixar que a bateria chegue a 0% de carga para recarregá-la. Todos os dispositivos que utilizam bateria possuem um medidor e o melhor momento para iniciar uma nova carga é quando esta chega a 20% ou 30% do seu total. Realize uma descarga total uma vez a cada 30 (valor aproximado) descargas parciais.
• Evite expor a bateria a altas temperaturas, pois isto, além de descarregá-las mais rápido, pode também danificá-las permanentemente.
• Não armazene uma bateria sem uso, totalmente carregada ou descarregada, por muito tempo. Isso também pode causar danos permanentes e até mesmo o não funcionamento do equipamento. Se necessitar guardar a bateria, faça isso em um local menos úmido o possível e também
Ao longo do tempo, o uso de baterias passou a ser alvo de diversos mitos que muitas vezes não sabemos se realmente são verdadeiros ou somente mais uma lenda urbana que surge por aí. O portal Baixaki pesquisou e publica agora uma série de fatos que serão confirmados ou refutados para esclarecer a todos.
Ao comprar um novo aparelho, devo dar uma “supercarga” de quase um dia em sua bateria.
Mito! As baterias encontradas nos aparelhos eletrônicos de hoje são todas de íons de lítio (Li-Ion), o que significa que podem ser utilizadas normalmente assim que adquiridas e carregadas por completo, diferentemente de baterias antigas, de níquel-cádmio (NiCd) e de hidreto metálico de níquel (Ni-MH). De qualquer modo, antes de iniciar a carga de seus aparelhos informe-se a respeito no manual.
Antes de carregar a bateria do aparelho é necessário esperá-la ser descarregada por completo.
Mito! As baterias de Li-Ion dispensam ciclos completos de carga, ou seja, não é necessário esperar que elas estejam com a bateria zerada para que seja dada uma nova carga, assim como é possível retirar o aparelho da carga antes que esteja totalmente carregado sem correr o risco de “viciar” a bateria.
Os aparelhos devem ser removidos da tomada assim que a carga da bateria estiver completa para evitar sobrecargas.
Mito! Isso acontecia com as baterias mais antigas que utilizavam o níquel em sua composição (NiCd e Ni-MH), mas não com as de Li-Ion. Os carregadores originais dos aparelhos possuem tecnologia inteligente que cessa o envio de energia assim que as baterias estão completamente carregadas, justamente para evitar problemas com sobrecarga. Mais uma vez, verifique que tipo de bateria é a do seu aparelho para melhor utilizá-la.
As baterias de Li-Ion, mais utilizadas nos aparelhos eletrônicos da atualidade, não correm o risco de ficarem “viciadas”.
Verdade! As baterias de Li-Ion são imunes ao chamado “efeito memória”, o vício de baterias. O efeito memória pode acontecer somente em baterias de NiCd e Ni-MH, ou seja, se a sua bateria é composta por alguns destes dois conjuntos de materiais, será necessário realizar ciclos completos de carga (descarga total para iniciar uma nova carga e então carregar a bateria completamente antes de retirá-la da tomada).
Com o tempo as baterias vão perdendo parte da sua capacidade de armazenamento.
Verdade! É comum que as constantes cargas e descargas de energia vão danificando naturalmente uma bateria, assim como qualquer aparelho eletrônico acaba sofrendo um desgaste natural conforme é usado. A Apple informa que uma bateria bem cuidada é capaz de suportar até 300 ciclos de carga e descarga completos armazenando, pelo menos, 80% de sua capacidade total.
Não é seguro utilizar carregadores e baterias não autorizadas pelo fabricante do aparelho.
Verdade! Se você deseja manter a integridade de sua bateria por mais tempo quanto possível, utilize somente carregadores e baterias autorizadas pelo fabricante do seu aparelho, pois somente eles possuem a certificação necessária por quem desenvolve o produto para funcionar corretamente. Além disso, caso você venha a ter algum problema devido a falhas técnicas, o uso somente de produtos originais e licenciados pelo fabricante lhe dá a possibilidade de reivindicar os seus direitos de consumidor.
Não é recomendado utilizar o notebook com a bateria inserida quando ele estiver conectado na tomada.
Mito! Especialistas afirmam que retirar ou não a bateria quando seu computador estiver conectado na tomada não fará a mínima diferença, afinal, quando isso ocorre, a bateria utiliza como fonte principal a elétrica. Neste caso, a bateria torna-se apenas um condutor pelo qual passa a energia.
Recomenda-se carregar o aparelho quando ele estiver desligado.
Mito! Não há nada que comprove algum dano causado aos aparelhos ou baterias por permanecerem ligados enquanto são carregados. Talvez o único contratempo seja uma maior demora para que seja realizada uma carga completa.
Utilizar carregadores adaptados para veículos pode prejudicar o desempenho da bateria.
Verdade! Isso ocorre porque ao deixar seu celular carregando sobre o painel do carro ele pode sofrer superaquecimento, afinal durante a carga a bateria libera mais calor do que o normal. Com o aumento da temperatura pode ocorrer dilatação de alguns componentes do aparelho e sua consequente danificação.
Periféricos – impressoras, aparelhos de MP3 player, telefones celulares, etc. – conectados a um notebook aumentam seu consumo de energia.
Verdade! Dispositivos conectados via USB, até mesmo pendrives, são ótimos consumidores de energia de seu notebook, assim como redes sem fio (Bluetooth, infravermelho, wi-fi).
É possível deixar o celular/notebook em cima da cama enquanto recarrega sem nenhum problema.
Mito! Como dito anteriormente, a bateria dissipa calor enquanto é carregada e se esse calor for novamente para dentro do equipamento pode acarretar em sérios problemas. Portanto procure sempre locais arejados e que não armazenem calor para deixar seus aparelhos carregando.
Baterias de Li-Ion podem ser jogadas no lixo comum, pois não agridem ao meio ambiente.
Mito! As baterias cujo composto ativo é o lítio podem ser menos poluentes, mas mesmo assim continuam a agredir o meio ambiente. Não importa se é níquel ou lítio, se a bateria já não é mais apropriada para uso, o mais aconselhável é que sejam descartadas em locais apropriados. Ligue para a prefeitura de sua cidade e verifique postos municipais de coleta de materiais deste tipo ou então leve sua bateria para lojas de celular ou operadoras para que sejam encaminhadas ao destino correto.
Fonte:
Douglas Ciriaco